segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Comunidade Brasileira celebra 30 anos de presença em Roma

30anosemromaO padre Sergio Durigon, vice-capelão e responsável pela comunidade Brasileira, mostrou-se visivelmente emocionado ao ouvir a canção da Ave Maria no momento de homenagem à Virgem Maria feita pelos artistas brasileiros em Roma. Ele definiu os 30 anos como “uma obra de Nossa Senhora Aparecida junto aos migrantes brasileiros”. Sergio salientou ainda que a colaboração dos leigos para o êxito do evento foi muito além das expectativas. Para ele, a celebração da memória histórica, o trabalho conjunto com os diversos países Latino-Americanos e os diversos serviços prestados aos migrantes são os grandes frutos destes anos. Para o futuro ele sonha com a implantação de uma Pastoral da Mulher e o crescimento da interação com Corpo Diplomático Brasileiro e Embaixada junto à Santa.

No dia 18 de setembro a Comunidade Brasileira em Roma celebrou 30 anos de presença na cidade eterna. A primeira página do folheto litúrgico deu destaque à história da comunidade. “A missão Latino-Americana está formada por 18 diferentes comunidades de língua espanhola e portuguesa. A comunidade Nossa Senhora Aparecida é uma das mais antigas em Roma. A presença dos brasileiros em Roma tornou-se mais significativa a partir da segunda metade dos anos 70. Um grupo de católicos começou a encontrar-se, a partir de 1981, acompanhados pelos Missionários Scalabrinianos”, diz o texto.
Uma das fundadoras, juntamente com o Scalabriniano padre Claudio Ambrosio é Jonadir Valêncio, conhecida como Dina, colaboradora incansável na construção da comunidade, também presente nos festejos. Outra delas, Maria Ivone Ferreira da Cruz, de Minas Gerais, se casou no Rio de Janeiro com o imigrante italiano Giacomo Alfonso Gupitosa. Em 1975 os dois decidiram retornar à Itália com a filha. “No começo é sempre difícil a língua, o conhecimento do povo, a adaptação”, explica Ivone.  A congregação Camiliana, na pessoa do padre Calisto Vendrame, ofereceu uma sala no edifício da paróquia “La Madalena”. Cada terceiro sábado havia um encontro, a celebração da Eucaristia e uma mesa de comes e bebes para celebrar o encontro.
Dois outros amigos, Alberto Fioravante e a esposa Nair, que já retornam ao Brasil também fizeram parte do primeiro grupo. Ao longo dos anos diferentes congregações religiosas ofereceram seus espaços para os encontros.  Em 1989 a comunidade recebeu como presente dos Missionários Redentoristas de Aparecida, duas imagens da padroeira do Brasil, uma delas circulava semanalmente nas casas para a oração em família. Aos 26 de setembro de 1996, um decreto da diocese de Roma criou a Missão Latino-Americana. Deu-se inicio á tradicional procissão de Nossa Senhora Aparecida, normalmente realizada no domingo posterior ao dia 12 de outubro. Em 2005 a diocese de Roma designou a Igreja Santa Maria Della Luce como sede da missão Latino-Americana.
No último dia 18, os festejos tiveram início com uma feijoada preparada pela comunidade. Uma exposição filatélica da Região da Calábria mostrou as “Viagens Apostólicas de João Paulo II” através de selos cunhados em diferentes países Latino-Americanos, juntamente com uma exposição fotográfica da trajetória da comunidade e os seus principais protagonistas. Às 17h30 houve missa solene presidida pelo bispo auxiliar de Porto Alegre, o franciscano dom Jaime Spengler e concelebrada por dom Agenor Girardi, também de Porto Alegre, ambos participavam do encontro para novos bispos. Este último auxiliou na comunidade quando estudante em Roma. O evento contou também com dezenas de padres, inúmeros religiosos e centenas de leigos, num total de cerca de 350 pessoas. Os corpos diplomáticos brasileiros junto à Santa Sé também se fizeram representar. O presidente da celebração convidou a todos a “agradecer o dom da vida e da acolhida neste pedaço de chão para viver e conviver”. “Brasileiros e latino-americanos somos conhecidos como acolhedores, simples e alegres... a velha Europa está suspirando por este jeito de viver, o que pede que sejamos missionários em Roma”, ressaltou o bispo. No final da celebração o padre Antonio Gugelmin, capelão da missão Latino-Americana, agradeceu a presença de todos e salientou que o evento marcava a abertura do Ano Pastoral da Missão Latino-Americana, que investirá na formação cristã, litúrgica e missionária.
A Irmã Teresa Nunes, das Irmãs de Nossa Senhora Menina, é uma das voluntárias entusiastas do trabalho da comunidade. Além de animar o coral e as liturgias dominicais ela coordena um grupo de oito irmãs de outras congregações que, diariamente prestam assistência espiritual e material aos imigrantes brasileiros que chegam à comunidade. “Os problemas são sempre os mesmos ter o que comer, o que vestir, encontrar um trabalho, a falta de documentos e o conhecimento da língua”, explica Teresa. “Para nós irmãs é um campo de missão e nos ajuda a manter viva a nossa cultura e o senso de fraternidade”, conclui. Um grande bolo com o desenho da bandeira do Brasil foi servido aos presentes após a celebração.

Vaticano nega que papa poderia renunciar em 2012

O Vaticano desmentiu a reportagem de um jornal italiano publicada neste domingo que dizia que o papa Bento 16 estaria considerando renunciar ao cargo no próximo ano, quando completa 85 anos.
"A saúde do papa está excelente", disse o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi. "Nós não sabemos nada sobre isso. Pergunte para a pessoa que escreveu isso."
O escritor católico Antonio Socci, escrevendo para a edição de domingo do jornal Libero, disse que o papa estava considerando renunciar em abril de 2012, quando ele completa 85 anos. Ele não citou nenhuma fonte ou razões.
Em um livro no ano passado, o papa disse que poderia não hesitar em se tornar o primeiro pontífice a renunciar em mais de 700 anos, se ele não se sentir mais apto, "fisicamente, psicologicamente e espiritualmente", a liderar a Igreja Católica.
Lombardi disse que o papa "estava indo muito bem" durante a viagem a sua terra natal, a Alemanha. "É claro que ele ainda é capaz de ligar com compromissos muito difíceis", afirmou.
Diversos papas na história recentes, incluindo o último, João Paulo 2o, consideraram renunciar por razões de saúde.

(Reportagem de Philip Pullella)