PEQUIM, 14 JUL (ANSA) - A Igreja Católica da China, subordinada ao governo de Pequim, realizou hoje a ordenação de novos bispos que não foram aprovados pelo Vaticano, informou a agência Asianews. Segundo a agência de missionários católicos, um dos sacerdotes nomeados foi o novo bispo de Shantou, na província de Guangdong, Joseph Huang Bingzhang. A mesma fonte destacou que ao menos oito bispos obedientes ao papa foram levados contra sua vontade a Shantou para participar da cerimônia. A nomeação aconteceu na catedral de San José e foi presidida pelo monsenhor Fang Xinyao, de Linyi, presidente da Igreja Patriótica, autoridade católica autorizada pelo governo chinês a realizar trabalho pastoral no país. Quatro bispos reconhecidos pela liderança da Igreja Católica desapareceram na segunda-feira após serem levados pela polícia que, supostamente, os forçou a participar da cerimônia. O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, afirmou que o episódio, com a participação de oito sacerdotes fiéis ao papa, é algo que a Igreja tem visto com "dor e preocupação" porque é "um ato que vai contra a união da Igreja universal". No início de julho, a Santa Sé emitiu um comunicado no qual informava que os bispos ordenados sem a aprovação do Pontífice são automaticamente excomungados. Ontem, o arcebispo emérito de Hong Kong, o cardeal Joseph Zen Ze-kiun, publicou em um jornal chinês um artigo com um "apelo urgente" para que o presidente Hu Jintao e o premier Wen Jiabao impedissem a ordenação para não prejudicar ainda mais as relações entre a China e Santa Sé, cujas relações diplomáticas estão interrompidas desde 1951, quando o governo de Mao Tsé-tung condenou a influência do Vaticano no país. Segundo Zen, esse é o terceiro caso recente de ordenação "ilegítima". As outras nomeações foram registradas em 20 de novembro do ano passado e 29 de junho desse ano. Na terça-feira, o porta-voz da Chancelaria chinesa, Hong Lei, se esquivou dos questionamentos a respeito dos desaparecimentos, mas defendeu a ordenação à revelia do Vaticano, argumentando que isso é "uma demonstração da liberdade religiosa que existe na China". (ANSA) |
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domingo, 17 de julho de 2011
fatos do dia no Vaticano
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