O
Beato João Paulo II entregou a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora aos
jovens para que eles os levem ao mundo todo anunciando o Evangelho. No
Brasil, multidões têm ido ao encontro dos dois Símbolos da Jornada
Mundial da Juventude nas catedrais, nos colégios e nas ruas. No trajeto
que começou no dia 18 de setembro de 2011, em São Paulo, e que
prosseguirá pelo Brasil por quase dois anos, até a JMJ Rio2013, a Cruz
e o Ícone também visitaram locais de sofrimento e de esperança como
presídios, a Cracolândia e casas de recuperação de dependentes
químicos. Em cada um desses locais, a presença da Cruz foi a certeza de
que Cristo caminha junto da juventude que sofre.
Segundo o Catecismo, Cristo deu um novo
sentido ao sofrimento com sua morte na cruz para “configurar-nos com
Ele e unir-nos à sua paixão redentora." (Catecismo da Igreja Católica,
1505). Esses locais de peregrinação, ao serem recordados, reafirmam em
nós a necessidade de buscar um mundo com maior solidariedade e
fraternidade em especial para a juventude, grande vitima da violência
no Brasil.
Na Favela e na Cracolândia
Em uma procissão com a oração do
rosário, jovens percorreram em 19 de setembro, um dia após a chegada
oficial da Cruz e do Ícone no Brasil, as ruas do centro de São Paulo.
Durante a procissão, a Cruz Peregrina
entrou na Favela do Moinho, na capital paulista. Os jovens tiveram que
passar debaixo de uma ponte e atravessar a linha férrea com a Cruz para
entrar na comunidade carente. Enquanto passavam entre os inúmeros
barracos da favela, com velas acesas, a juventude entoava o hino da JMJ
de 2000, “Emmanuel”.
“Esta música expressa o que estamos
vivendo aqui neste momento. É o Emanuel, o Deus Conosco que vem ao
encontro dos mais sofredores”, afirmou, emocionado, dom Tarcísio
Scaramussa, bispo auxiliar de São Paulo e referencial do Setor
Juventude Arquidiocesano, que acompanhou toda a caminhada. Dom Tarcísio
convidou os moradores da favela a se aproximarem e tocarem a Cruz.
Depois de deixar a Comunidade do
Moinho, a Cruz seguiu para uma das regiões mais precárias da cidade, a
chamada Cracolândia. O símbolo da JMJ passou por uma rua tomada por
centenas de usuários de crack espalhados pelas calçadas. Enquanto um
dos jovens conduzia um momento de oração, ouviu-se do meio dos usuários
alguém que disse: “Jesus morreu na cruz por mim”. Apesar de
visivelmente alterados pelo efeito da droga, alguns acompanharam a
oração do quinto mistério doloroso do rosário, chegando a recitar a
“Ave-Maria”. Em seguida, abriram espaço para que a Cruz continuasse sua
caminhada.
O vigário episcopal para a Pastoral do
Povo da Rua da arquidiocese de São Paulo, padre Julio Lancellotti,
afirmou que a peregrinação da Cruz pelas ruas da cidade de São Paulo
deve ser um sinal de compromisso da Igreja para com os que sofrem. “É a
Cruz indo ao encontro dos crucificados, é a vida indo ao encontro da
morte. É o amor indo ao encontro da dor”, disse.
Lixão
Na cidade de Itaquaquecetuba, diocese
de Mogi das Cruzes, os Símbolos foram levados a um aterro sanitário, ao
redor do qual vivem várias famílias em situação de grande pobreza.
Dores juvenis
No dia 26 de setembro, durante a
peregrinação dos símbolos da Jornada pela cidade de Cubatão, que faz
parte da diocese de Santos, os jovens apresentaram uma peça teatral, em
que foram mostradas algumas das cruzes que a juventude carrega:
violência, fome, desemprego, drogas, intolerância.
Comunidade terapêutica
A Cruz e o Ícone foram levados no dia 7
de outubro em carreata para uma missa até a comunidade terapêutica Mãe
da Vida, em Itapeva (sul do estado de São Paulo), que cuida de homens e
mulheres em processo de recuperação de dependência química. O padre,
durante a homilia, lembrou aos presentes que somente com a ajuda de
Deus é que conseguimos suportar nossas cruzes. A Cruz e o Ícone de
Maria, juntamente com visitantes e religiosos proporcionaram aos
internos momentos inesquecíveis de muita alegria e um auxílio valioso
nesse processo que estão vivendo.
“Estive preso e vieste me visitar” Mt 25, 36
Em
21 de outubro, duas penitenciárias em Serra Azul, na arquidiocese de
Ribeirão Preto (norte de São Paulo) receberam a Cruz e o Ícone de Nossa
Senhora. Em um trabalho conjunto entre a Pastoral Carcerária e o Setor
Juventude, os símbolos da JMJ e o Evangelho de Cristo chegaram aos
detentos, como forma de garantir que os direitos humanos e dignidade
humana sejam garantidos no sistema prisional. O Complexo de Detenção
Provisória de Suzano, na diocese de Mogi das Cruzes, também já o havia
recebido em 25 de setembro.
No dia 28 de outubro, os internos da
Fundação Casa Dom Hélder Câmara, em Franca, também receberam a visita
dos Símbolos da JMJ. Durante a visita, eles rezaram, carregaram a Cruz
e o Ícone e apresentaram uma peça teatral sobre a luta contra as drogas
e a violência.
“Quando eles não estiverem mais na
Fundação, queremos encontrá-los na Jornada no Rio de Janeiro”, comentou
o padre Ovídio de Andrade, coordenador da Pastoral do Menor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário