Todos quantos se vêem oprimidos pela
pobreza, pela fraqueza, pela doença ou tribulações várias, e os que
sofrem perseguição por amor da justiça, saibam que estão unidos de modo
especial a Cristo, nos Seus sofrimentos pela salvação do mundo; o
Senhor, no Evangelho, proclamou-os bem-aventurados e «o Deus [...] de
toda a graça, que nos chamou à Sua eterna glória em Cristo Jesus, depois
de sofrerem um pouco, os há-de restabelecer, confirmar e consolidar» (1
Ped 5,10). [...]
Como Jesus, Filho de Deus,
manifestou o Seu amor dando a vida por nós, assim ninguém dá maior prova
de amor do que aquele que oferece a própria vida por Ele e pelos seus
irmãos (cf 1 Jo 3,16; Jo 15,13). Desde os primeiros tempos, e sempre
assim continuará a suceder, alguns cristãos foram chamados a dar este
máximo testemunho de amor diante de todos, e especialmente perante os
perseguidores. Por esta razão, o martírio, pelo qual o discípulo se
torna semelhante ao mestre, que livremente aceitou a morte para salvação
do mundo, e a Ele se conforma no derramamento do sangue, é considerado
pela Igreja como um dom insigne e prova suprema de amor. E, embora seja
concedido a poucos, todos porém devem estar dispostos a confessar a
Cristo diante dos homens e a segui-l'O no caminho da cruz, no meio das
perseguições, que nunca faltarão à Igreja.
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